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quinta-feira, 25 de janeiro de 2007

Janeiro: o povo louva São Sebastião

Autor: Elias Costa
Originalmente publicado no Jornal Partilhando em Janeiro/2006 - edição 10





Em janeiro Santo Antônio do Monte volta a viver o clima de festa. Todos os anos, nesse mês, com uma grande festa é celebrado o Dia de São Sebastião, cuja data oficial é o dia 20. A fé arraigada do povo faz com que a cidade mantenha vivo essa importante manifestação de cultura e devoção.

Celebrada neste ano no domingo 22 de janeiro, a Festa de São Sebastião deve contagiar toda a cidade, principalmente os fazendeiros e moradores da zona rural, que em geral são os que mais participam e mais contribuem com doações ao santo protetor.

Normalmente a festa se inicia com uma concentração diante da Igreja Matriz de Santo Antônio do Monte às 10h da manhã, onde se inicia um cortejo composto por cavaleiros e por uma carreata. O cortejo costuma seguir até o Parque de Exposições da cidade, onde é celebrada a missa e, por fim, os leilões.

- Esta festa é gratificante e maravilhosa. É uma tradição do povo santo-antoniense, em que se destacam a devoção fervorosa e o desprendimento. Sinto-me muito honrado em participar - comenta Geraldinho Ministro, um dos organizadores do evento há mais de 25 anos.

Geraldinho acrescenta que antigamente a festa era realizada nas propriedades rurais, quando havia uma missa em cada povoado. Ele também conta que a tradição do ofertório e dos leilões é uma alegria para todos nas comunidades rurais. Segundo o ministro da Eucaristia, é praticamente impossível ouvir um "não" como resposta ao pedido de ofertas ou de doação para o leilão. Entre as ofertas que são arrematadas é possível encontrar animais como bezerros, galinhas, porcos e produtos rurais como ovos, queijos, verduras, legumes e outros bens de consumo. As prendas são avidamente disputadas em leilões emocionantes, pois quem não pode doar se empenha em arrematar. Tanto quem doa como quem arremata as prendas no leilão crêem que estão homenageando e mostrando devoção a São Sebastião, e assim pedem a sua proteção.

É o mundo rural a respirar alegria, fé e comprometimento. Estes são os sentimentos possíveis de serem notados nos semblantes de cada ofertante.

- Tudo é ofertado com muito bom grado e satisfação. Quando morava na roça, eu e todos os meus vizinhos sempre ajudávamos com algum tipo de oferenda. Uma galinha, um pente de ovos, um bezerro, sempre que possível algo era ofertado. Era uma forma de bendizer e proteger a fazenda, os animais e a nós mesmos – revela, em tom de satisfação e saudade, Vicentina Adelaide de Souza, aposentada de 86 anos, enquanto ia fazendo um trabalhoso e delicado crochê.

Antigamente, "naqueles bons tempos", como gosta de falar Vicentina, seu falecido marido Agostinho Mateus e seus três filhos, Aparecida, Antônio e Sebastião moravam na comunidade rural dos Abreus, onde levavam uma vida simples e tranqüila. Hoje, Vicentina vive na cidade e continua a participar e colaborar com a Festa de São Sebastião. A participação e a contribuição de todos é uma característica marcante da festa, sendo que toda a mobilização e organização das festividades acontecem por meio de trabalho voluntário.

Embora as condições de vida de muitos dos que participam da festa sejam precárias e doloridas, a satisfação de sua presença e de sua atuação são maiores que as dificuldades. Cada participante, quando questionado afirma que a fé e a vontade superam tudo, o que só enobrece e dignifica a festa que eles tanto batalham pra fazer.

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