Ressurreição: onde começa o homem novo
Autor: Daniel dos Reis Pedrosa, bacharel em Filosofia e estudante de Psicologia da PUC-Arcos
Todo o esforço de Deus para nos salvar é para que Lhe rendamos louvor, vivendo nossa vida
em plenitude. O sacrifício de Cristo na cruz – prova de amor total e sem medidas – tinha por motivação o homem, de quem participou da criação (Jo 1,3) amando-o e colocando nele sua afeição, sua semelhança. Com o morrer de Cristo, a morte é vencida e nasce a esperança. Existe outro caminho, além do fim puro e simples. Cristo triunfou, ressuscitou! Trouxe de volta o olhar esperançoso aos discípulos e ao povo que havia experimentado tanto amor e sacrifício.
O homem é convidado, desde o seu batismo, a abraçar a sua cruz, mas com um fim determinado: não a morte, mas a ressurreição e a vida.
A cruz não foi em vão, pois, como disse Santo Irineu de Lion: “a glória de Deus é o homem vivo”. Há quanto tempo não percebemos que existe um homem vivo a ser ressuscitado? Meu caminho é só cruz e o fim? Há esperança na minha busca?
Jesus Cristo convida cada um de nós, no Evangelho de São Lucas, a carregarmos a nossa cruz (9,23). Esse também é um convite a assumirmos que somos humanos, que há um crescimento a ser feito, um “homem” a ser construído. Cristo usou de sua cruz para ser homem vivo, não passou por ela como quem não assume a responsabilidade, mas abraçou-a, tomou-a como oportunidade.
Por outro lado, Cristo também chama, após a cruz, Maria Madalena pelo nome, o que identifica seu ser humano, Maria. Cristo resgata inteiramente o seu ser, joga luz em sua dor de ter perdido aquele que era pastor e mestre. Ele está vivo e convida Maria a estar viva também, a romper com os nomes, adjetivos, rótulos, máscaras que colocaram em sua pessoa ao longo de sua vida.
Quantos não são os momentos em que sentimos o peso da cruz, mas também sentimos o apelo de Deus a compreendermos que é necessário aprender com o sofrimento, retirar dele tudo aquilo que ele pode nos ensinar!
É preciso crescer no sofrimento, pois, de outra forma, ele não passará de dor e lágrimas e, com certeza, não é isso que Deus quer de nós. Ele quer o homem vivo, vivendo em abundância e feliz.
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