A Figueira
Autor: Nilson Silva - PJ
O evangelista Lucas narra-nos a história contada por Jesus a respeito de um homem que plantara uma figueira em sua vinha e que, passados três anos, mandou ao viticultor que cortasse a figueira, pois ela não produzira nenhum fruto até então. O viticultor, enchendo-se de compaixão e misericórdia pela figueira, pediu ao dono que esperasse mais um ano. Então, se a figueira continuasse sem produzir frutos, ele a cortaria.
Não sabemos o que houve depois de um ano... não sabemos se a figueira produziu algum fruto... ou se foi cortada. Mas sabemos que aquele viticultor encheu-se de amor e carinho pela figueira. Sabemos que ele quis dar mais uma chance para que ela produzisse frutos. Sabemos que ele acreditava na razão da existência daquela árvore.
Ora, ele a plantara e dela cuidara desde que lançara do solo seu primeiro broto. Acompanhara os despontar de suas primeiras folhas, despejara as primeiras gotas d’água na pequenina planta. Enfim, ela nascera sob seus cuidados e, sob seu olhar de homem que entende a vida, crescera e se tornara uma árvore.
Façamos, pois, um paralelo com a nossa vida. Temos, muitas vezes, coisas bonitas e vistosas, como folhas viçosas, que enfeitam nosso viver e nos destacam no meio em que vivemos. Somos, muitas vezes, bem vistos e como a figueira que se destaca entre os ramos do pé de uva, estamos em destaque por entre as pessoas onde vivemos. Muitas vezes, por nos sentirmos diferentes e maiores, assim como a figueira entre as folhas da videira, queremos ser considerados os melhores e mais perfeitos no lugar em que vivemos.
Com tudo isso, acontece que esquecemos de produzir frutos e nos tornamos iguais à figueira, somente vistosos, mas sem produzir. Ou seja, tornamo-nos inúteis ocupantes do solo onde outros poderiam produzir muito.
O Senhor Jesus, que é misericordioso e compreensivo, espera que cada um de nós produza muitos frutos para a melhora e transformação do mundo e das pessoas com as quais convivemos. O Senhor acredita nas nossas possibilidades e nos ajuda, dando a cada um de nós o conforto e a força necessários para que produzamos frutos saborosos. Ele, o sacerdote que se apresenta diante de Deus Pai oferecendo-se a si mesmo em sacrifício pelos nossos pecados, sempre cuida com carinho de nossos corações ingratos.
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