Este texto é outro que publiquei em outro site. Também fala de José do Egito, como o post anterior.
Agora quero falar um pouco dos significados que a incrível história de José me sugere.
O primeiro deles, claro, é o mais óbvio, presente já na narrativa bíblica. É aquele que pode ser resumido num provérbio bem batido, mas verdadeiríssimo: Deus escreve certo por linhas tortas.
E que linhas tortas! É a tortuosidade da escravidão e da prisão. Odiado pelso irmãos, José torna-se escravo. Odiado pela pretendente frustrada, torna-se prisioneiro. Ele que amava sua família e seu povo, vê-se, durante longos anos, muito distante de ambos. Seu caminho, visto apenas sob esse prisma, é apenas de sofrimento. Mas seu sofrimento tem uma razão: José precisa estar no Egito para poder salvar sua família da fome. Não tivesse sido vendido como escravo, não teria oportunidade de mostrar seus talentos. Não tivesse sido atraiçoado por uma mulher desesperada como a esposa de Putifar, não teria ido para a prisão, e, conseqüentemente, não teria conhecido o copeiro do Faraó, que, anos mais tarde, o levaria à presença do rei para cumprir seus esplendorosos sonhos.
Cada dia de nossa vida, cada respiração nossa pertence a Deus. E nada pode ser maior garantia de liberdade do que isso. Deus nos deixa livres no mundo, mas tem planos para nós. Se aceitarmos cumprir esses planos, poderemos sofrer de início, mas a felicidade nos esperará. José poderia ter tentado fugir. Não o fez: aceitou seu caminho e o trilhou da melhor forma como podia. Usando outras figuras de linguagem, ele carregou sua cruz, bebeu do cálice até a última gota. E, sim, encontrou felicidade: tornou-se o homem mais poderoso da terra mais poderosa de então, constituiu sua própria família e reencontrou a sua. Às vezes Deus nos prova com duras esperas. A de José não sabemos ao certo, mas durou perto de vinte ano, talvez um pouco mais. No entanto, no final, seja nessa vida ou em outra, nos aguarda a felicidade.
Essa bela história nos traz outros ensinamentos. A história de José fala, o tempo todo, de inveja. Os irmãos se revoltam porque reconhecem em José virtudes que eles nem de longe têm. E são essas mesmas virtudes que cercam José de boa vontade o tempo todo. Todos o amam, exceto os irmãos, que talvez se sentissem censurados pelo simples comportamento correto dele. Rubem, o mais velho, perde o direito de primogenitura em razão da luxúria. Levi e Simeão também são afastados da linha sucessória de Jacó por causa de sua violência. Cada irmão tem um terrível pecado. Menos José. A virtude incomoda, todos sabemos.
Mas José é apenas um homem comum e também ele tem seus defeitos. Toda a sua história deixa transparecer seu elevado amor próprio, seu excesso de confiança. São esses desvios de caráter, que, ademais, não ferem ninguém, que o conduzem à ruína. Ingênuo, mergulhado nessa auto-confiança, ele se apresenta aos irmãos, distante do pai, trajando a invejada túnica de muitas cores. É com os mesmos sentimentos que ele lhes revela seus sonhos de grandeza. Sua sina faz um alerta para isso: não devemos nos ter em alta conta e nunca devemos brincar om o coração dos homens.
Há mais. A superproteção não é boa coisa. Nem o é o apego excessivo. Já houve quem dissesse que Deus tinha ciúmes do amor de Jacó por José e por isso os separou. Exagero, é claro. Mas ao superproteger José, Jacó o impediu de conhecer a maldade do mundo, e, assim, o tornou mais vulnerável a ela. O mesmo estava fazendo com Benjamin. Por maior amor que tenhamos a uma pessoa, devemos saber deixá-la partir - não importa o significado ocasional dessa palavra.
A história também nos fala do zelo da fé. Longe dos seus, José se viu sozinho num país estranho, com costumes, língua e religião bem diferentes dos seus. Mesmo ali, não se deixou subjugar. Não desistiu do Deus de seus pais e manteve-se fiel a Adonai. Passou pela dura provação de ser um escravo, de estar preso, de estar sozinho, de ser tentado na carne. Resistiu a todas as provações, não sem dificuldade, mas sempre com confiança. Sabia que o que é certo, é certo. Que Deus o acompanhava. Não era por estar numa terra diferente, onde outros costumes existiam, que ele devia adaptar sua consciência. José não relativizou suas crenças, e assim, pôde vencer todos os testes.
Sua história também é uma história de humildade. José, já disse, era para lá de auto-confiante. O amor exacerbado do pai e o tratamento diferenciado que sempre recebera o levaram a acreditar-se especial (o que, de fato, ele era; mas se é bom ser especial, nunca é recomendável saber disso). Deus, enfim, o exalta ao máximo que seria possível na hierarquia humana. Torna-o o administrador do Egito, diante do qual todos se curvavam excetuando o faraó. Mas Deus não o exaltou sem antes fazê-lo se curvar. José cai, humilhado e castigado pelos irmãos. Ele, que vivia como um príncipe no seio de sua família, torna-se um escravo desprezado. Ele que tinha tudo o que queria junto a Jacó, passa todo tipo de privações na prisão. Para chegar à luz, ele atravessa as trevas e aprende com isso. Deixa de lado seu orgulho, tempera sua confiança e a transforma em fé. Descobre o quanto ele próprio é fraco e entende que só Deus é infalível.
Por certo há mais significados que não abordei aqui. Cada um pode perceber novos, mesmo três, quatro mil anos depois que tudo isso aconteceu.
Este é um texto que publiquei em outro site, mas que, acredito, cabe bem aqui. É bem longo, eu sei. Mas pode ser interessante. Este post e o seguinte são uma reflexão sobre a maravilhosa história de José do Egito, uma das mais belas da Bíblia.
Nós, seres humanos, enxergamos tão pouco. Nossa sabedoria é tão superficial, nossa visão tão curta. Essa miopia, claro, nos inquieta. Percorremos nossa vida um pouco como se estivéssemos perdidos numa mata escura, iluminada, no máximo, por uma lanterna com pilhas fracas.
Resta-nos a confiança. Ou, usando a palavra correta, fé. Saber que, por mais que essa mata escura esteja repleta de animais perigosos, de inimigos ocultos e silenciosos, estaremos protegidos e poderemos andar no rumo certo.
Há uma história na Bíblia que sempre me impressionou muito. Depois que a reli numa longa versão escrita por um ex-cristão, ela tornou-se ainda mais impressionante, ainda mais maravilhosa. Posso dizer com segurança, é a mais emocionante história de todo o Velho Testamento. E a mais repleta de significados. Não é a história daquele que me deu seu nome. Não é a história de Moisés. Claro, gosto muito dessa história também, em que vemos o zelo intransigente de Deus por seu povo e a paciência infinita dEle para com um bando de gente que se arrepende da fuga logo nas primeiras dificuldades. A história de Moisés é a história do poder de Deus. Mas não é sobre a história da longa marcha que livrou os hebreus do cativeiro no Egito que quero falar. É sobre aquele que os levou para lá. É sobre José e seus irmãos.
José era o segundo filho mais novo de Jacó e era o seu preferido. O próprio Jacó já é um personagem instigante, com sua rivalidade com o irmão Esaú, com seus encontros com os anjos. Jacó tinha quatro esposas: duas legítimas, com as quais tinha se casado porque o pai de ambas (elas eram irmãs), lhe concedera uma em casamento, mas no fim lhe entregou a outra. Depois de muitos anos de servidão, ele conseguiu que o sogro lhe permitisse casar com Raquel, a mulher amada, e assim ele pode seguir para a própria terra com duas esposas e duas amantes, que eram as aias de cada uma. Com as quatro ele teve 13 filhos, entre os quais um era mais amado. Muito mais amado, aliás. E este era José.
José era o primeiro filho da esposa amada, Raquel. O 12º na ordem, o 11º entre os filhos homens. Pois bem, o que a história dele tem a ver com o que eu disse lá em cima? Talvez em nenhuma história se veja com mais clareza a mão de Deus a conduzir o leme da vida, provocando muitos sofrimentos, às vezes, mas transformando-os sempre em algo bom.
O filho amado sempre foi poupado por Jacó. De fato, ele era mais novo que os irmãos, mas não era só por isso. Ele era uma constante lembrança da mãe, a bela Raquel, falecida ao dar à luz o último: Benjamin. Jacó queria poupá-lo dos perigos do mundo. Queria tê-lo só para si. E José era um jovem inteligente, para quem tudo parecia dar certo. De tanta sorte e de tanto amor, sabe-se o que pode resultar: inveja.
Mas é preciso lembrar que José, o menino de ouro, tinha também o seu vício. Um versículo da Bíblia nos revela: “E José trazia ao pai más informações sobre eles”(Gn 37, 2). Eles são os irmãos. Que más informações essa seriam? Talvez alguma vadiagem, talvez alguma malcriação. Por certo que esse hábito mexeriqueiro não contribuiu muito para os irmãos amassem José...
As estrelas e o trigo
A fantástica história de José é marcada por quatro sonhos. Dois luminosos sonhos o jogam no caminho das sombras. Dois sombrios pesadelos o colocam de volta à senda da luz. Que sonhos são estes? Comecemos pelos sonhos luminosos – aqueles que darão início às suas dores.
José nada mais é do que um adolescente de 17 anos. Na tradição hebraica da época, seu direito era nenhum – dez irmãos o precediam. Pois o que ele ousa sonhar? Primeiro com os feixes de trigo, depois com as estrelas. Eis que ele estava no campo, colhendo trigo com os irmãos. De repente o feixe que ele carregava se ergue e os feixes dos irmãos se reclinam. E não foi só: num outro sonho o sol, a lua e onze estrelas se prostram diante dele.
O jovem nem precisou dizer nada aos irmãos: eles logo interpretaram. O penúltimo da fila, o pirralho José, sonhava que todos se inclinariam diante dele, e que ele se ergueria sobre os demais. Para ele, belos sonhos; para eles, insuportável escárnio.
Pois se o pequeno verme da inveja, aquele que rói e deixa verde a pele de suas vítimas, já tinha farto alimento, acabou por encontrar mais.
José ganhou de Jacó uma túnica. Diz a Bíblia somente que ela tinha mangas compridas. Mas a tradição lhe acrescentou mais uma coisa: era uma túnica de muitas cores, de beleza sem igual – portanto igual não tinham os irmãos. Eis que eles pastoreavam distantes, naquela terra que um dia eles haviam destruído e saqueado, numa noite vergonhosa (esse episódio faz parte da história de Jacó, dos irmãos e da irmã, a pobre Diná). Jacó pede a José que vá ver se eles estão bem. E ele vai. Com a túnica.
O Vale da sombra
Chegamos ao momento mais chocante da história. A primeira virada da maré. A primeira queda. José vai até os irmãos vestindo, inocente, a túnica de muitas cores. Ele, o mais amado. Ele, o sonhador. Ele, o filho de Raquel. O pequeno verme roía e revolvia. Como lobos furiosos os dez se jogam sobre ele, o despem, o derrubam, o espancam e o amarram. Querem matá-lo, mas Rubem, o mais velho, quer impedi-los. Ele é o primogênito, mas sabe que perdeu a bênção do pai. A luxúria o levara para a cama de Bala, amante de Jacó, mãe de alguns de seus irmãos, e assim ele se perdera. Por um momento teve piedade de José e quis reconduzi-lo ao pai. Por isso tentou enganar os outros nove e fez a sugestão que selou o destino de uma vida: “lançai-o naquele poço no deserto”.
Que terá pensado José nessa hora? Lá estava ele, agredido e humilhado pelos irmãos, sem a túnica que gostava de exibir, longe do pai que o protegia, inclinado e indefeso diante de dez inimigos erguidos. Seus sonhos se revelavam disparates. O que terá pensado ele enquanto ouvia os irmãos discutindo o que fazer para ocultar do pai o assassinato que tramavam? O que terá pensado ele ao ser jogado no poço, ao machucar-se na queda, ao sentir fome e sede, ao não conseguir mexer-se, ao perceber no rosto os escorpiões e as lacraias? A Bíblia não nos conta, mas podemos imaginar a dor do adolescente mimado ao enfrentar, pela primeira vez na vida, o ódio do mundo; ao sentir, pela primeira vez, a vergonha de se sentir impotente diante do mal.
Mas que mundo misterioso é esse. Os irmãos mudam de idéia. O fratricídio era demais até para eles (quem conhece a história da irmã Diná sabe do que são capazes) e decidem deixar o indesejado vivo. Mas eis que surgem os mercadores e José lhes é vendido como escravo por vinte moedas de prata. É o imrão Judá quem negocia o preço. Ele é tirado do poço, mas dali segue para uma outra jornada, muito longe de sua família, de sua velha vida e de tudo o conhecera até então.
A linda túnica de mil cores é rasgada e banhada em sangue – assim como um cordeiro morreu no lugar do avô Isaac, um cabrito dá a vida por José. Mas Jacó não sabe disso. Os dez se apresentam diante do pai, pesarosos, com um sombra de tristeza, de medo e culpa a lhes cobrir a face. “Encontramos isto” é o que dizem. A linda túnica ensangüentada, último resto do mais amado, que agora, por muito anos, será lembrado como o filho morto, aquele que alguma fera levou, o despedaçado, devorado pelos lobos, o perdido.
O país da deusa gata
Os mercadores levam José ao Egito, país misterioso dos deuses animais, do rio caudaloso, das tumbas gigantes, dos reis solares. É nesse país que ele é vendido a Putifar, que alguns chamam de chefe da guarda e ministro do rei e outros de eunuco do faraó.
José é um escravo e como escravo trabalha. Está longe da família, longe do amado pai, longe do povo que fala a sua língua, longe de tudo o que conhece. Parece abandonado, sozinho, desprovido de tudo. Não tem como fugir, não há o que fazer. Mas a graça de Deus o protege. Eis que seu trabalho é apreciado, eis que seu talento é incomparável, eis que sua capacidade é reconhecida. Ele cai nas graças de Putifar. Eis que o tempo passa e José ganha responsabilidades. Uma a uma, pouco a pouco. Administra uma coisa hoje e amanhã é o senhor da casa, administrando tudo em nome de Putifar.
Mas aquilo que se fez de verme a esverdear os irmãos agora se faz de serpente a tingir de escarlate o coração da senhora. É a mulher de Putifar, cujo nome, proscrito, jamais haveremos de saber. A luxúria se insidia, queima, abrasa. Ela vê José, belo e jovem senhor da casa, mas também seu escravo, e o deseja.
José está no Egito, longe de sua terra, longe de seu povo, longe de sua origem. Mas o Deus de Abraão, de Isaac e de Jacó (bisavô, avô e pai) o acompanhava. Nas terras de Anúbis, Ísis, Hórus, Tet e Amon, ele era fiel a Adonai. E por mais que a senhora o tentasse, ele resistiu. E assim como a inveja se tornara ódio, a luxúria se tornou desespero e a mulher de Putifar não mais suportou. Agarrou José, que se livrou, deixando nas mãos dela a sua túnica. Ela ficou a gritar, ultrajada, que o jovem escravo a havia molestado. E José, pela segunda vez, foi jogado ao poço.
O pão e o vinho
José foi atirado na prisão, no mesmo lugar onde ficavam os prisioneiros do faraó. Novamente a queda, novamente o terror. Se antes era um escravo, era agora um escravo condenado. Seus caminhos se obscureciam novamente, e desta vez, ainda mais. Mas não estamos falando de qualquer outra pessoa: falamos de José. E sabemos que o poço não é capaz de retê-lo por muito tempo. Deus o protege, Adonai o acompanha. E o carcereiro chefe, assim como outrora Jacó, assim como outrora Putifar, vê em José alguma luz, que lhe angaria a simpatia. Os puros de coração não podiam odiar José. E ele, o prisioneiro, torna-se então, o carcereiro.
Sair da prisão não lhe é permitido. Mas tampouco ele é tratado como cativo. A dor se torna mais suave, o castigo se ameniza.
Eis que um dia o rei se aborrece e dois homens descem ao poço. Um é o padeiro-mor, o outro, o copeiro-mor. Um assa os pães que regalam o faraó, o outro fermenta os vinhos que o embriagam. José os serve todos os dias, eles que esperam a hora da clemência ou da punição. E então eles sonham. E seus sonhos, eles contam a José.
“No meu sonho havia diante de mim uma videira com três ramos. Logo que as folhas saíam, florescia e as uvas amadureciam. Como eu segurava em minhas mãos a taça dos faraó, colhi os cachos, espremi as uvas na taça do faraó e a pus em suas mãos.”
José, o sonhador, interpreta-lhe o sonho e lhe roga socorro. Ele diz ao copeiro que dentro de três dias o faraó haveria de perdoá-lo e de reconduzi-lo ao cargo. “E quando estiveres diante dele, lembra-te de mim, pede ao faraó que me tire desta prisão. Fui raptado em minha terra e nada fiz para merecer estar aqui”.
O padeiro também se abre: “Eu carregava sobre a cabeça três balaios de pão branco. No balaio de cima havia toda sorte de gulodices preparadas pelos padeiros para o faraó, e as aves comiam do balaio, que eu levava sobre a cabeça”.
José teve de interpretar o significado: dentro de três dias o padeiro haverá de ser executado e as aves o devorarão.
E tudo se fez como ele disse.
As vacas e as espigas
Não se pense, porém, que o copeiro, o perdoado, tenha se lembrado de José. Livre da prisão e reconduzido ao cargo, não mais pensou no carcereiro que lhe interpretara os sonhos e lhe pedira ajuda. Mais dois longos anos se passaram, mais dois anos José amargou na prisão, antes que o homem dos vinhos voltasse a pensar nele. E o copeiro só se lembrou por causa de dois sonhos. Aqueles dois sonhos sombrios...
O faraó andava a ter pesadelos. Sonhos de angústia e horror, que nenhum adivinho da terra do Egito podia interpretar. O copeiro lembrou-se então se sua dívida, falou do jovem hebreu e o faraó o mandou buscar.
Primeiro eram sete vacas belas e gordas, a pastar perto do Nilo; surgiam então sete reses esquálidas e horrendas, que se punham a devorar as sete gordas. Depois eram sete espigas douradas e graúdas num mesmo caule; e surgiam sete espigas secas e mirradas, que engoliam as sete douradas. Esses pesadelos se repetiam noite após noite, a enlouquecer o faraó. E José sabia o que era.
Sete anos de fartura. Era o que anunciava as sete primeiras – as vacas gordas e as espigas douradas. Seguidos por sete anos de penúria e fome, como mostravam as últimas – as vacas esquálidas e as espigas mirradas. Uma fartura como nunca houvera, e depois uma escassez sem precedentes. E José sugere:
“O faraó procure um homem inteligente e sábio e o ponha á frente do Egito”.
Um homem inteligente e sábio.
“Eis-me diante dele”, deve pensar o faraó.
Sabemos que o poço não segura José por muito tempo.
Ele é jovem e é ousado. Sugere ao faraó, o filho do sol, o rei dos reis, o que poderia ser feito. Poupar durante a fartura para ter o que gastar nos tempos de escassez.
Assim como outrora Jacó, assim como outrora Putifar, assim como outrora o carcereiro chefe, era agora o faraó quem se via cativado pela amizade de José. E o prisioneiro, o escravo, o vendido, o jogado no poço, o penúltimo entre os doze, tornou-se o senhor do Egito.
Um novo nome ele ganhou: Safenat Fanec, o novo primeiro-ministro. Casou-se com Asenet filha de um sacerdote e dela teve dois filhos: Manassés e Efraim, dupla de irmãos que, por causa de Jacó, aquele cheio de preferências, um dia passaria a ser conhecida mais como Efraim e Manassés.
E tudo se passou como previsto: sete anos de grande fartura, durante os quais José recolheu e dosou os cereais, guardando criteriosamente para que o Egito não tivesse fome. Depois começou a grande escassez e, quando nenhum país tinha como se alimentar, o Egito tinha de sobra, porque fora previdente e guardara o que comer.
E é aqui que os dez reaparecem.
Os feixes e as estrelas se reclinam
Houve fome na terra dos hebreus. E o velho Jacó enviou seus filhos ao único lugar onde havia comida: o Egito. Foram-se os dez, ficando para trás apenas Benjamin, o novo filho mais amado, o último rebento de Raquel, a esposa preferida. Aquele que, depois da morte de José, o despedaçado pelas feras, Jacó não consentia que se afastasse dele de jeito nenhum.
"Quando chegaram, os irmãos de José prostraram-se diante dele com o rosto em terra.”
Os feixes recolhidos, as estrelas do céu: todos inclinados diante de José.
Que terá pensado ele? Lá estavam os seus dez irmãos – os seus dez quase assassinados, os seus dez vendedores. Eles eram carne de sua carne. E haviam entregado ao pai sua túnica ensangüentada. Eram sua família e eram os seus maiores inimigos. Que sentimentos ter? Ódio, rancor, tristeza, saudade, compaixão, arrependimento, amor? Todos juntos, em luta constante.
E foi em meio a esses sentimentos que José resolveu testá-los.
“Vós sois uns espiões. Viestes ver os pontos fracos do país”.
Eles negam. José os interroga. Para abrandar o senhor do Egito, eles lhe contam que são todos irmãos, que vêem da terra de Canaã. O pai está vivo? Há mais irmãos? Há ainda um irmão com o pai. E mais outro... que já não existe.
José então exige: se for verdade o que dizem, deve vir até ele o irmão que ficou com o pai. Enquanto isso, coloca todos na prisão. Mas, depois de três dias, solta nove deles e manda que voltem a Canaã, levando os mantimentos de que precisavam. Mas quer que tragam o último irmão, para que provem que diziam a verdade e resgatem aquele – é Simeão – que ficava como refém.
Neste momento, entre si, eles falam na própria língua, acreditando que o senhor do Egito não poderia compreendê-los. Eles lembram do irmão que aprisionaram e venderam, ser ter clemência. E acreditam que estão agora pagando pelo crime cometido.
José dá a eles o trigo que tinham ido comprar e, sem que soubessem, manda esconder nos sacos todo o dinheiro que tinham dado em pagamento pelos cereais. E os nove voltam para Canaã, deixando para trás o irmão refém e o irmão vendido.
Quando ouviu toda a história, Jacó se enfureceu.
“Ides me deixar sem filhos! José desapareceu, Simeão já não está aqui e quereis levar Benjamin também?”
E durante muito tempo Jacó não consentiu que o jovem Benjamin, aquele que tomara o lugar em seu coração que fora deixado por José, empreendesse a viagem. Mas enfim, o tempo passou e a escassez retornou. E Jacó acabou assentindo. Voltam então todos desta vez, agora dez, levando presentes ao senhor do Egito e o dobro do dinheiro, para restituir aquele que havia sido devolvido e para comprar mais víveres.
Eles chegam ao Egito. O mordomo de José não aceita o dinheiro de volta – ele lhes diz que as compras tinham sido pagas e que o ouro que encontraram era um presente de Deus. Simeão é libertado e todos são convidados para almoçar com José. E este, quando vê Benjamin, corre para seus aposentos e chora. Lá estava seu irmão mais novo, seu único irmão de pai e mãe, o único que não participara da trama do poço. Os doze irmãos estavam juntos novamente.
Foi a mais tensa refeição de sua vida. Com muito esforço, José retorna para junto dos seus e os organiza na mesa por exata ordem de idade, deixando mais perto de si o mais jovem. “Que coincidência”, devem ter pensado. Todos são servidos. Benjamin é servido cinco vezes mais.
Todos conversam muito e têm um momento de intensa alegria.
No dia seguinte, preparam-se para a volta. E José arma o seu último teste.
Sou eu
Eles enchem os sacos de víveres e José manda novamente lhes devolver, em segredo, o dinheiro. E mais. Manda que se esconda sua taça de prata no saco de víveres do irmão mais novo. Eles se vão, mas passado algum tempo, os guardas o alcançam, acusando o roubo da taça de prata.
Eles negam e dizem:
“Se for verdade, que morra aquele com quem for encontrada e que todos nós outros nos tornemos escravos do senhor do Egito”.
O mordomo, que acompanhara os guardas, é clemente: ninguém morrerá. Mas aquele que tiver a taça será escravo do senhor do Egito. Eles procuram. E eis que encontram a taça com Benjamin.
Que terão pensado todos eles? Como podia o mais jovem ter feito aquilo? Tamanha desonra! E que faria Jacó com todos eles? De que adiantaria voltar a Canaã sem o mais novo? Jacó haveria de morrer – mas não sem antes amaldiçoá-los por fazê-lo perder mais um filho, levando-o aonde ele não queria deixar.
E Benjamin, que terá pensado? Como aquela taça fora parar em suas coisas? Ladrão ele não era. E porque o senhor do Egito, durante a refeição, o tratara com zelo tão especial?
De que adiantaria retornar a Jacó sem Benjamin? Voltam todos a José, para suplicar pelo irmão.
E ali, novamente se prostram. E Judá toma a palavra. O mesmo Judá que, outrora, negociara com os mercadores o preço de José.
Judá suplica a José. Conta-lhe que o pai já perdera um filho e não suportaria perder mais um. E então, oferece uma troca.
“Deixa que eu, teu servo, fique como escravo de meu senhor em lugar do menino, para que ele possa subir de volta com os irmãos.”
Aquele que o havia vendido como escravo, se oferece em escravidão para poupar Benjamin. Havia muitos egípcios na sala e José mandou que todos saíssem. Mas de longe ouviram o choro do senhor do Egito.
“Eu sou José. Meu pai ainda vive?”
Que incríveis palavras, quebrando um silêncio de tantos e tantos anos, curando mágoas, perdoando erros, reatando laços, revelando segredos, maravilhando a todos.
“Eu sou José, o vosso irmão, a quem vendeste para o Egito. Entretanto, não vos aflijais, nem vos atormenteis por me terdes vendido para cá” E em seguida, ele revela a chave de todo a história: “Foi para conservar-vos a vida que Deus me enviou à vossa frente.”
Que terrível medo e que terrível vergonha, mas que terrível alívio e que indizível felicidade devem ter sentido os irmãos, desmascarados e libertados da culpa de tantos anos! Essa deve ter sido a mais bela reconciliação de todos os tempos.
Os irmãos então retornam a Canaã e de lá trazem Jacó – maravilhado pela notícia, ansioso pelo reencontro com o filho. Deus lhe aparece em sonho e lhe promete: quando estiver à morte, será José quem lhe fechará os olhos.
A Bíblia não diz, mas certamente Jacó jamais soube. José deve ter lhe mentido, deve ter confirmado que fora atacado por animais e deve ter inventado que fora salvo pelos mercadores. Assim Jacó pôde morrer em paz, sem mais desgostos.
Toda a família de Jacó – são setenta pessoas, sem contar as mulheres – emigra para o Egito, onde vive em abundância. Lá, Jacó vive por mais 17 anos e antes de morrer, adota como seus os filhos de José. São Manassés e Efraim, na ordem de nascimento, mas Jacó os inverte, e prefere o último ao primeiro. Jacó profere então um discurso – um assustador discurso, em que concede a cada filho uma bênção. Deixa para José suas mais doces palavras.
José morreu com 110 anos. Por sua causa os hebreus emigraram para o Egito, onde viveram bem por muito tempo, mas onde começaram a ter dificuldades depois de sua morte. Mas o tempo haveria de passar e assim como Deus providenciou José para salvar seu povo da fome, Ele providenciou Moisés para salvá-lo da escravidão. E quando, em êxodo, eles votam para Canaã, levam junto os ossos de José.
Esta é a edição de julho de 2007 do Jornal Partilhando. Todos os posts com a data de hoje (dia 11) também foram publicados no informativo impresso, distribuídos em Santo Antônio do Monte a partir da semana passada.
Veja o que você encontra nesta edição de Julho de 2007:
- Palavra do Pastor - Homenagem: Monsenhor Olavo e Padre Adelson - Capa: "São muitos os convidados, mas a decisão é sua" - O Povo de Deus - História da Salvação: As Doze Tribos de Israel - Artigo: "Jerusalém! Jerusalém!" - Os 10 Mandamentos do Motorista - Abra o Olho: Não existe bruxa boa - Conheça nossa Igreja: A Cúria Romana - Partilhando Jovem: "A TV me deixou burro, muito burro, demais" - Eu queria ser uma televisão - Palavras de Sabedoria - Notícias da Paróquia - Agenda
Queremos ser uma Igreja que forma, renova e transforma e isto só se tornará realidade se cada um assumir o seu papel missionário de transformar a partir de si. A nossa Assembléia Diocesana foi uma benção e um grande passo na evangelização. Foi lá que assumimos fazer de nossas paróquias uma rede de pequenas comunidades onde todos se sintam compromissados com buscar e fazer também melhor. Na nossa paróquia de Santo Antônio estamos com mais de vinte comunidades urbanas e vinte e cinco comunidades rurais; entendemos que nas pequenas comunidades é que nos conhecemos mais, partilhamos mais e somos mais felizes, formamos a Igreja viva.
Por isto, neste mês de julho, queremos convidar você e sua família a assumirem um lugar especial na sua comunidade e que isto aconteça da seguinte maneira: “participando” de alguma maneira, de acordo com os seus dons, de sua comunidade, ainda que seja com uma visita a um membro da comunidade que esteja doente, quem sabe um aniversariante. Não importa o tamanho da ação. Mas, sim, que seja na sua comunidade, para assim você se integrar e também plantar mais ainda a esperança e vontade de lutar por uma vida melhor nos seus vizinhos. Que este gesto seja um fermento, sal e luz evangélicos através de você.
Na comunidade, o Evangelho é vida e despertar para aqueles dons adormecidos. Quem partilha é mais rico e mais feliz, pois tem a graça de Deus, que é comunidade perfeita a nos criar comunidade perfeita em busca do melhor. Com minha benção, fraternalmente.
Neste mês de julho, nossos sacerdotes comemoram os aniversários de suas respectivas orndeações. Monsenhor Olavo completa 24 anos de vida sacerdotal no dia 10 e Padre Adelson completou três anos no dia 3 de julho. A eles, nossos parabéns e nosso obrigado pela dedicação, pelo trabalho, pela devoção.
Jesus é o Pastor que conduz, nos diz o salmo 22. Jesus é o rosto amoroso de Deus, Jesus é nosso Salvador.
Deus, na sua infinita bondade, revela seu grande amor por nós através de seu filho Jesus e continua a querer nos mostrar seu amor na pessoa do sacerdote, que age na pessoa de Jesus Cristo.
Hoje, de forma especial, agradecemos a Deus por ter escolhido Pe. Adelson e Mons Olavo para estarem a serviço do povo.
Somente pode compreender este mistério quem vive diante dele, a obediência, a castidade e a pobreza, são votos vivenciados pelos consagrados e a todos que desejam seguir mais de perto Jesus Cristo.
Deus quando chama sabe quem pode responder, aquele que é chamado por vezes não entende tudo, mas aceita trilhar pelo caminho desconhecido dizendo como Maria seu sim, pois sabe em quem depositou toda a sua confiança.
O sacerdote é uma luz no meio da escuridão, rezemos pelos nossos representantes de Jesus Cristo em nossa comunidade paroquial.
Marcelo Adriano Ribeiro é filho de José Ribeiro e de Helena Maria e tem um irmão: Marcos Adélio. Ele nasceu na cidade de Santo Antônio do Monte e agora, aos 27 anos, será ordenado diácono no dia 7 de Julho, na cidade de Bom Despacho.
O jornal Partilhando conversou com o seminarista Marcelo para conhecer um pouco de sua trajetória. Sua primeira fala é forte e determinada: “Desde criança sonho em ser padre. A vocação nasce na pia batismal”. Durante a conversa, ele lembra com carinho de seus padrinhos de batismo Geraldo A. Silva e Maria Lúcia Ribeiro. “Foram verdadeiros padrinhos”, diz, com muita alegria.
Marcelo destaca as experiências do encontro com Jesus na Eucaristia, ao contemplar o mistério. Para ele, são realmente momentos de contemplação e de zelo para com Jesus Sacramentado, que vão formando a sua história de vida sacerdotal.
O novo diácono lembra também de um momento de crise, situação que por vezes se faz necessária diante para fortalecer o ser humano. Para superar esse momento, Marcelo contou com a presença do confessor Padre Orlando, que o ajudou a vencer o desafio do encontro consigo mesmo e a crescer na relação com Deus e com as pessoas.
Marcelo viveu uma adolescência comum, participou de grupos de jovem. Ele lembra com carinho da Irmã Valdete, de suas conversas com a leiga consagrada Darci de Oliveira, com Padre Antônio de Simone. Ele tem lembranças marcantes da Pastoral Vocacional, quando tinha como companheiros de equipe, na época: Janice, Jusenice, Marilza, Robson e Nilson.
O seminarista freqüentou encontros vocacionais e nesse processo de busca encontrou a resposta da sua vocação: queria mesmo estar a serviço da Igreja. “Nesse despertar vocacional”, comenta Marcelo, “o seminário nos questiona por meio de várias formas: filmes vocacionais, psicólogos, confissões, leituras, retiros”.
Marcelo esteve no seminário de Teologia e realizou seus estágios pastorais em Iguatama e Arcos, acompanhando as pastorais, conhecendo a realidade diocesana nos momentos do Projeto Formamos a Igreja Viva.
Para chegar à ordenação, o seminarista Marcelo teve a aprovação do Conselho de Presbítero da Diocese de Luz, após uma consulta feita nas paróquias onde ele realizou seu estágio pastoral. Neste tempo de preparação para a ordenação diaconal, ele vive um momento de muita oração, emoção e felicidade, esperando grandes desafios depois da ordenação e tendo em mente a importância de estar a serviço da comunidade.
Depois da ordenação, haverá uma Semana Catequética Vocacional em Bom Despacho, na Paróquia São Vicente, com Missa todos os dias na Matriz, visita às famílias, escolas e creches. Esse momento contará com a presença dos seminaristas da Teologia e Propedêutica e dos padres da Diocese que estarão envolvidos.
“Eis-me aqui Senhor, envia-me.” é um versículo que marca a caminhada vocacional de Marcelo. “O ideal de ser padre sempre ficou marcado no meu coração, revelando o chamado de Deus para minha vida.”
A Igreja Católica nasceu no dia de Pentecostes, cinqüenta dias depois da ressurreição de Jesus. Foi nesse dia que o Espírito Santo veio sobre os apóstolos reunidos com Maria. Eles pregavam a palavra de Jesus e conseguiam muitas conversões. Primeiro, apenas os judeus se convertiam, mas depois, povos de todo o mundo começaram a se converter. Todos compreendiam que a salvação não era destinada apenas a um grupo de pessoas: todos os homens e todas as mulheres são chamados a ela, independentemente do lugar, da época, da língua, da cultura e da posição social.
Foi o próprio Jesus Cristo quem instituiu a Igreja para continuar a redenção e reconciliação dos homens até o fim do mundo. Ele deu a seus Apóstolos poderes para pregar o Evangelho, santificar aos homens e encaminhá-los em ordem rumo salvação eterna. E dentre os apóstolos, Jesus escolheu um, Pedro, para liderá-los e o fez chefe de sua Igreja.
Por isso a Igreja Católica é a única verdadeira fundada por Jesus Cristo sobre São Pedro e os Apóstolos; e todos os homens estamos chamados a ser Povo de Deus guiado pelo Papa, que é o sucessor de São Pedro e Vigário e Cristo na terra.
A Igreja Católica é também o Corpo Místico de Cristo, porque, como em um corpo humano, Cristo é a Cabeça, nós, batizados, somos os membros deste corpo e o Espírito Santo é a alma que nos une com sua graça e nos santifica. Por isto a Igreja é também Templo do Espírito Santo.
Sendo Corpo Místico de Cristo, a Igreja não é apenas uma instituição terrena. Ela é muito mais que isso. E sendo guiada pelo próprio Espírito Santo, a Igreja não erra, não peca. Infelizmente, entretanto, nós seres humanos que também fazemos parte da Igreja, somos falíveis e nós podemos errar. Mas é preciso ter em mente que nenhum dos nossos erros é culpa de Jesus, nem dos Espírito Santo – e, portanto, não são erros da Igreja.
Para cumprir sua missão de salvação, a Igreja conta com os sucessores dos apóstolos, que são os bispos, e com os sacerdotes. Mas também todos nós somos chamados a participar dessa obra: todos devemos ser soldados de Cristo na luta pelo bem e contra o mal.
E não nos enganemos: só podemos chegar, com segurança, à salvação, por meio da Igreja. Fora dela o que há é dispersão, é confusão, é dúvida, é erro. Por isso, é fundamental seguir os mandamentos de Deus, seguir os mandamentos da Igreja e obedecer ao Papa – homem escolhido pelo próprio Espírito Santo para nos guiar a todos. Aqueles que pretendem chegar sozinhos à salvação podem até conseguir, mas os riscos em seu caminho serão muito maiores, pois há muitos lobos de olho nas ovelhas desgarradas.
Mas aqueles que não estão em comunhão com a Igreja não são inimigos. Longe disso. São nossos irmãos, são essas ovelhas desgarradas que, mais do que as outras, precisam da atenção de nosso pastores, que precisam conduzi-las com afeto de volta ao rebanho.
No Antigo Testamento, o Povo de Deus, o povo por Ele escolhido para levar a todo o mundo a salvação, é chamado de “Israel”. Esse povo são os descendentes de Abraão, de Isaac e de Jacó, o homem que lutou com o anjo e passou a ser chamar, depois disso, Israel.
Há milhares de anos, quando ordenou a Abraão que deixasse sua terra e se encaminhasse para Canaã, Deus começou a construir um caminho de salvação para a humanidade. O Senhor prometeu a Abraão conceder-lhe uma descendência tão numerosa como as estrelas do céu e lhe pediu, como sinal de fidelidade, a vida de seu próprio filho, Isaac. Abraão nada recusou a Deus, mas o Senhor poupou Isaac, renovando com ele a promessa que havia feito a Abraão. Promessa semelhante foi feita a Jacó, que recebeu uma bênção especial e passou a se chamar Israel. Todos os seus descendentes – ou seja, todo o povo hebreu – ganhou o nome de Israel.
Muitos anos depois, Deus enviou seu próprio Filho, Jesus, a esse povo, para que se convertessem, para que seu plano de salvação pudesse, enfim, se concretizar. A partir daí, a mensagem de Deus passou a ser pregada a todos os povos da Terra, pois não era destinada apenas a um país. A partir da vinda de Jesus, todos aqueles que se convertiam passaram a ser admitidos na grande família de Israel. Enfim: hoje, Israel, o povo de Deus, é a Igreja.
“Também sou teu povo, Senhor, e estou nesta estrada”.
Jacó, que era filho de Isaac, que era filho de Abraão, teve 12 filhos homens e uma filha mulher, chamada Diná. Conhecemos no mês passado um pouco da história de um desses filhos: José, que foi vendido como escravo pelos irmãos, mas tornou-se um homem poderoso e salvou a família da fome levando-a para o Egito. Lá, o faraó lhes deu terra para cultivar e para criar seus rebanhos.
Depois da noite em que lutou com o anjo, em busca da sua bênção, Jacó ganhou um novo nome: Israel. Esse nome também passou a ser usado para dar nome não apenas a Jacó, mas a toda a sua família. Todos os seus filhos, as esposas deles, os filhos e netos, e toda a sua descendência, passaram a ser chamados de Israel.
Depois que Jacó morreu, a chefia da família – a chefia de Israel – coube a Judá, seu quarto filho mais velho. A família de cada um dos irmãos passou a ser conhecida como “tribo”. Assim, havia doze tribos em Israel: As tribos de Judá, de Rúbem, de Levi, de Simeão, de Zabulon, de Issacar, de Dã, de Gad, de Aser, de Neftali, de Benjamin e a tribo de Efraim e Manassés. Não houve uma tribo de José: a tribo que teria seu nome ganhou os nomes de seus dois filhos, Efraim e Manassés.
Mas quem é Israel? Israel somos todos nós. Não é apenas o nome da família de Jacó, nem apenas o nome de um país. Quando os judeus refundaram seu país no Oriente Médio, eles lhe deram o nome de Israel para relembrar que eram todos filhos de Jacó, de Isaac e de Abraão. Mas também todos nós, cristãos, somos. Israel são todos aqueles que têm Deus como Senhor. Israel somos todos nós que seguimos a Igreja. Enfim: Israel é o povo de Deus.
No próximo mês vamos falar da história da fuga do povo de Deus do Egito. Depois da morte de José e do faraó, os hebreus começaram a ser escravizados e Deus enviou um homem, Moisés, para levar seu povo de volta A Canaã.
Certa vez, Jesus, ao olhar a cidade de Jerusalém à distância, chorou por ela e lamentou que esta não queria acolher a mensagem de paz que tantas vezes o Senhor lhe enviara. Deus sempre quis cuidar de Jerusalém, mas ela nunca compreendia e recebia o Senhor, pois fechara seus olhos, tapara seus ouvidos e endurecera seu coração à palavra de Deus. Assim, matava os profetas e apedrejava os santos que o Senhor enviava para abrir seus olhos, destapar seus ouvidos e amolecer o seu coração. E deste modo agiu até o ponto de matar o próprio Filho de Deus. Por isso tudo, Jesus chorou sobre Jerusalém e, mais ainda, chorou porque a amava e desejava que ela o escutasse e acolhesse.
E hoje, não acontece a mesma coisa? Só que, em lugar de Jerusalém, não é o mundo inteiro que age da mesma forma? Não é o mundo inteiro que fechou os olhos, tapou os ouvidos e endureceu o coração à palavra de Deus?
Todos os dias, o mundo mata profetas e santos que o Senhor Deus envia para serem a sua voz e as suas mãos no meio da humanidade. Todos os dias pessoas estão morrendo por falta de cuidados físicos e espirituais; crianças inocentes e indefesas estão morrendo na mão de assassinos em clínicas abortistas com o aval de médicos, enfermeiros e pais desinformados e, o mais grave, com o possível incentivo do governo se forem aprovadas as leis abortistas que tramitam no Congresso Nacional.
Todos os dias pessoas estão sendo mortas pela língua ferina e impiedosa de pessoas de coração duro. Todos os dias pessoas estão sendo mortas pelas atitudes omissas ou manipuladoras de quem pensa somente em si mesmo e busca apenas seu próprio bem-estar.
No entanto, sejamos realistas: da Jerusalém que matava os profetas, restaram apenas ruínas de um muro; do Império Romano que lançava cristãos às feras, não se fala nem mais a língua latina; dos nazistas que queimaram judeus em fornos restou apenas a vergonha por tais atos... e por quê? Porque Deus faz justiça aos seus santos e profetas; porque Deus não permite que o mal prevaleça sobre a sua palavra de paz; porque a morte de pessoas na miséria e no abandono, o assassinato de crianças ainda no útero e o mal causado pelo egoísmo bradam a Deus por justiça e Deus age. Deus não deixa desamparados aqueles que a Ele se entregam e constantemente ouve as súplicas de quem sofre no corpo e na alma.
Deus é bom e Deus é justo. Deus age e amolece os corações mais duros. Se um coração se recusar a acolher a palavra de Deus, o Senhor chora de dor por causa desse coração, como chorou sobre Jerusalém, mas não o força a aceitar a sua palavra, assim como não forçou Jerusalém... e dela restaram somente ruínas de um muro.
O Vaticano divulgou neste mês um documento em que define os 10 Mandamentos do Motorista. Ali são apontadas as condutas que todo motorista, mas, em especial os católicos, devem adotar ao dirigir. Todos devemos segui-los. Assim tornaremos o carro um instrumento de transporte seguro e não um sinal de status, uma máquina de matar ou um local de pecado.
Veja quais são os 10 Mandamentos do Motorista:
I - Não matarás. II - Que a estrada seja para ti um instrumento de comunhão entre as pessoas, e não de dano mortal. III - Que a cortesia, a correção e a prudência te ajudem a superar os imprevistos. IV - Seja caridoso e ajude o próximo na necessidade, especialmente se é vítima de um acidente. V - Que o automóvel não seja para ti expressão de poder e domínio, nem ocasião de pecado. VI - Convence com caridade os jovens, e os que já não o são, para que não dirijam quando não estiverem em condições de fazê-lo. VII - Apóia as famílias das vítimas dos acidentes. VIII - Faze que a vítima se encontre com o automobilista agressor em um momento oportuno, para que possam viver a experiência libertadora do perdão. IX - Na estrada, protege a parte mais frágil. X - Sente-te tu mesmo responsável pelos outros.
Você já deve ter ouvido muito falar da “Cúria Romana”. Ela é o conjunto de pessoas que auxiliam o Papa no governo da Igreja. São como um conjunto de ministros, cada um cuidando de uma área. Cada um desses “ministérios” é chamado de dicastério e é comandado por um presidente ou por um prefeito, que, geralmente, é um bispo ou um cardeal. Alguns dos dicastérios mais importantes são a Congregação para a Doutrina da Fé (que cuida da defesa da doutrina católica), a Congregação para a Causa dos Santos (que decide sobre a canonização dos santos) e a Congregação para o Clero, que é comandada pelo cardeal brasileiro Dom Claúdio Humes.
É tempo de férias! Ah, que vida boa. É tempo de ver TV. De colocar as pernas para o ar e ver Sessão da Tarde. Você vai assistir a Curtindo a Vida Adoidado pela 43ª vez e a Esqueceram de Mim pela 38ª. Vai achar que realmente Vale a pena ver de Novo e vai ficar relembrando as novelas melosas de antigamente. Depois vai ficar sonhando com o mundo fantasioso de Malhação e das novelas das seis, das sete e das oito.
Não tem nada de errado em ver TV. Mas é preciso tomar cuidado. Não podemos nos deixar escravizar por essa caixa brilhante que toma conta de nossa casa. E nem tudo o que ela nos mostra nos faz bem: é precisa lembrar que nem tudo que é permitido nos convém. A TV pode ser educativa. Pode nos informar sobre o que acontece no mundo. Pode nos mostrar filmes emocionantes, que nos fazem pensar sobre a vida. E pode nos mostrar pornografia, pode incentivar o pecado, pode nos fazer perder tempo com coisas desnecessárias, pode nos conduzir à violência. Vai depender apenas do uso que fazemos dela. Vai depender do tipo de programas que assistimos.
As novelas, há muito tempo, se tornaram formas de fazer propaganda do pecado. Ultimamente as novelas falam de espiritismo, como se fosse coisa correta. Falam de bruxaria e de feitiços como se isso não fosse coisa do demônio. Falam de adultério como se fosse algo absolutamente normal. Falam de aborto como se não fosse assassinato. Falam de roubo como se fosse uma forma aceitável de subir na vida. Falam de violência e assassinato como se matar as pessoas fossem um jeito normal de resolver os problemas. Muitos filmes vão no mesmo caminho. E os programas de auditório? Só querem explorar o corpo: é homem sem camisa e mulher pelada. Todo mundo rebolando, se agarrando. A virtude é vista como coisa negativa. A santidade é para os bobos. A TV vende a idéia de que o inferno é um lugar divertido. Temos que tomar cuidado com isso.
Precisamos assistir TV na dose certa, no horário certo, vendo os bons programas. Precisamos aprender a mudar de canal quando algo pecaminoso nos é mostrado. Precisamos aprender a desligar a TV para ler um livro, conviver com a família, dar uma volta, sair com os amigos. Afinal, você não quer virar um Homer Simpson burro e barrigudo, ou uma mulher fútil que só quer saber sobre a mocinha da novela, quer?
Ana Maria, professora do ensino fundamental, pediu aos alunos que fizessem uma redação sobre o que gostariam que Deus fizesse por eles. Ao fim da tarde, quando corrigia as redações, leu uma que a deixou muito emocionada.
O marido, que, nesse momento acabava de entrar, viu-a a chorar e perguntou-lhe: - O que é que aconteceu? - Ela respondeu: - Leia isto. Era a redação de um aluno.
“Senhor, esta noite peço algo especial: me transforma na televisão. Quero ocupar o lugar dela. Viver como a TV da minha casa. Ter um lugar especial para mim, e reunir a minha família comigo...Ser levado a sério quando falo... Quero ter as atenções e ser escutado sem interrupções nem perguntas. Quero receber o mesmo cuidado especial que a TV recebe quando não funciona. Ter a companhia do meu pai quando ele chega em casa, mesmo quando está cansado. E que a minha mãe me procure quando estiver sozinha, cansada ou aborrecida. E ainda que os meus irmãos discutam para ver quem fica comigo.Quero sentir que a minha família deixa tudo de lado, de vez em quando, para passar alguns momentos comigo. E, por fim, faz com que eu possa diverti-los a todos.Senhor, não te peço muito... só quero viver o que vive qualquer televisão”
Depois de ler, o marido de Ana Maria disse: - Meu Deus, coitado desse menino! Que pais ele tem! E ela olhou-o e respondeu: - Esta redação é do nosso filho.
“Se fordes aquilo que deveis ser, ateareis fogo ao mundo inteiro.” Santa Catarina de Siena (Itália, século XIV)
“Um homem sem religião é um peregrino sem meta, um questionado sem resposta, um lutador sem vitória, um moribundo sem nova vida.” Santo Agostinho (África, século IV)
“Comeces fazendo o que é necessário; depois faze o possível e, de repente, tu estarás fazendo o impossível” São Francisco de Assis (Itália, século XIII)
“Não te esqueças: tem mais aquele que precisa de menos. Não cries necessidades.” São Josemaria Escrivá (Espanha, século XX)
“É necessário trabalhar neste mundo, é necessário combater. Teremos toda a eternidade para descansar.” São João Maria Vianney - Cura d’Ars (França, século XIX)
“Uma prova de que Deus esteja conosco não é o fato de que não venhamos a cair, mas que nos levantemos depois de cada queda” Santa Tereza de Ávila (Espanha, século XVI) “A paciência é o baluarte da alma, ela a fortifica e defende de toda perturbação.” Santo Antônio de Pádua (Itália, século XIII)
No dia 23 de junho aconteceu em Formiga o Encontro Fé e Política, que teve iniciou às 8 h com leitura e a partilha do Evangelho JO 13-12. Em seguida, houve um trabalho em grupo. Havia participantes de diversas paróquias da diocese e a coordenação do encontro coube a Padre Tonhão e à equipe Fé e Política da Diocese de Luz. Representaram a paróquia Santo Antônio: Paulo Cézar dos Santos, Antônio Camargos dos Santos e Carlos Alberto Campos.
Foi marcado um novo encontro para a cidade de Arcos no mês de agosto, com o dia a ser confirmado. Neste segundo encontro será discutido o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento Humano (PNUD) que organiza o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) de 177 países. É uma lista que mostra os países mais desenvolvidos do mundo. O Brasil aparece na 63a. posição. Nosso país, com tantas potencialidades, destaca-se pela desigualdades social e a exclusão.
Comissão de Catequese
No dia 16 de junho, às 9h, na cidade de Lagoa da Prata, realizou-se a reunião da Comissão Diocesana de Catequese da Forania de Lagoa da Prata, da qual nossa Paróquia faz parte. Nesta reunião foi formada uma nova equipe composta pelos seguintes membros: Maria das Dores de Santo Antônio do Monte, Fátima de Lagoa da Prata e Helena de Japaraiba, sob a assessoria de Monsenhor Olavo.
Nessa ocasião foram marcadas as reuniões para as seguintes datas: 4 de agosto de 2007 em Japaraiba, 13 de outubro de 2007 em SAMonte e no dia 18 de novembro de 2007 haverá tarde de confraternizarão das catequistas da forania na cidade de Lagoa da Prata.
01 – Encontro de Pais e Padrinhos da Pastoral do Batismo, no Centro Social Padre José Nunes. 02 – Vigília do Cursilho na Igreja Matriz às 19h30 03 – Ultreya do Cursilho no Centro Social Padre José Nunes 05 – Reunião de Setor do MCC às 19h no Centro Social Padre José Nunes 06 – Reunião MESC mo Salão Paroquial às 19h 08 – Formação Permanente da Pastoral da Sobriedade às 13h30 no Salão Paroquial 10 – Deserto e Formação das Oficinas de Oração e Vida 10 – Escola de Formação do MCC às 19h no Centro Social Padre José Nunes 15 – Levantamento dos Mastros de Nossa Senhora do Rosário, São Benedito e Santa Efigênia. 21 – Convívio de Famílias da Pastoral Familiar no Salão Comunitário São José 21 – Celebração da Vida da Pastoral da Criança no Salão Comunitário São José 22 – Passeio de Férias do EAC 26 – Reunião da Equipe de Liturgia no Salão Paroquial às 19h30 26 – Reunião do CPPF (Pastoral Familiar) 28 e 29 – Curso de Noivos 28 – Celebração da Vida da pAstoral da Criança no Salão Comunitário São José 31 – Reunião de líderes e coordenadores da Pastoral da Criança no Salão Paroquial
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